quarta-feira, agosto 01, 2007

Sobre o Pan

Este espaço costuma ser preenchido apenas com coisas sobre o esporte bretão, mas achei apropriado registrar algumas observações a respeito do Pan e de outros esportes que acabamos acompanhando durante pouco mais do que duas semanas.
Vamos a elas:
- futebol feminino: me pareceu estranho ver que a "melhor do mundo" estava em campo e não havia alegado cansaço para não participar de um "evento menor"; não estou acostumado com isso; o Brasil ganhou com sobras, não levou nenhum gol e encantou um Maracanã lotado; deu gosto de ver e esperança de ainda mais sucesso em Pequim; só espero que desta vez o juiz não atrapalhe;


Marta, a melhor


- futebol masculino: era uma Seleção Sub-17, mas nem por isso se justifica o vexame de uma eliminação ainda na primeira fase; o fato do carrasco (o Equador) ter ganho a medalha de ouro também não serve de consolo; fica a sensação de descaso da CBF (provavelmente por que a categoria não dá dinheiro) e de "máscara" dos jogadores, que ainda nem "secaram o umbigo", mas já se consideram super-craques;
- ginástica artística: mesmo sem Daiane, o Brasil foi bem; quer dizer, os ginastas foram bem, por que o público achava que estava em uma arena romana e a vaiava até bocejo dos atletas estrangeiros; pena maior é ver gente como Oscar Schmidt fazendo o mesmo; comportamente nada adequado para quem acha que merece sediar uma Olimpíada, principalmente por que isso será levado em consideração;
- natação: maravilhoso desempenho; mesmo sem Phelps, Thiago Pereira fez a dele e "passou o rodo" nas medalhas; já Cesar Cielo teve desempenho ainda melhor nos 50 metros livre: ganhou o ouro e ainda fez um tempo que o tornaria campeão mundial (no torneio ocorrido 4 meses antes do Pan) e, provavelmente campeão olímpico; esperança real de medalha;


Thiago Pereira, o maior medahista em um único Pan



Cesar Cielo: medalha em Pequim 08?


- vôlei masculino: nem o polêmico corte do levantador Ricardinho tirou o ouro do Brasil, que ganhou todas sem perder nenhum set; tecnicamente poderia ser melhor, mas o ouro veio assim mesmo; ponto para o Bernardinho que mostrou que quem manda é o técnico e não o jogador (ah, se no futebol também fosse assim) e para o resto dos jogadores, que pelos menos aparentemente, aceitaram a decisão e se focaram no jogo e no presente para a torcida;
- vôlei feminino: como sempre, faltou algo na final; como o problema certamente não é técnico, acho que o time precisa de um psicólogo ou um pajé para eliminar a urucubaca;

Para finalizar, um comentário genérico: não me parece certo desmerecer o nível técnico do Pan, mesmo que desde o início se soubesse que os Estados Unidos não mandariam seus principais atletas, por considerarem o Pan uma competição menor. Se eles mandaram o time B, problema deles. O Brasil mandou o melhor que pôde e fez bonito. Os atletas merecem os parabéns.
Agora, também não acho certo tapar o sol com a peneira e achar que temos tudo para arrebentar em Pequim 2008. Os atletas brasileiros, mesmo os que ganharam com sobras, têm muito "arroz com feijão" para comer antes de achar que a medalha olímpica está no papo. Lá na China, certamente encontraremos um Michael Phelps, uma Yelena Isinbayeva, um time de vôlei masculino da Rússia, um time A de basquete masculino dos Estados Unidos, enfim, só os melhores atletas do mundo, só a elite.
Mas acho que há esperança, já que alguns dirigentes parecem ter deixado um pouco de lado a sanha exclusivamente capitalista.
Eu tenho fé que dá! E vc?


Phelps, o cara a ser batido



A russa Yelena Isinbayeva