quarta-feira, setembro 06, 2006

Eu não odeio o Ceni

Tenho que admitir que o maior ídolo do atual time do São Paulo é uma figura de difícil unanimidade. Nem com relação à sua habilidade como goleiro e batedor de falta se consegue um consenso. Muitos dizem que o Marcos é melhor no gol e que o Marcelinho Carioca e o Neto já fizeram muito mais nas bolas paradas,
Como isso não deveria ser das coisas mais difíceis devido às estatísticas absurdas que ele possui, desconfio que se trate de uma rejeição ao seu jeito de ser, prolixo e por vezes pedante.

Entendo bem esse tipo de argumento pois já nutri aversão semelhante pelo Edmundo na época áurea do Palmeiras Parmalat e pelo Luxemburgo desde que surgiram os boatos do seu envolvimento na venda de jogadores convocados para a Seleção.
Não era preciso mais do que uma olhada nessas figuras para que meu estômago se revirasse e eu sentisse vontade de jogar uma cadeira na televisão.

Deve ser isso que o povo sente quando o Ceni liga para um programa de TV e discute ao vivo com uma repórter atônita que teve a má sorte de se expressar mal em uma crítica a uma atitude passada do jogador (como aconteceu há alguns domingos atrás quando ele ligou para o programa do Cléber Machado na Sportv) ou quando ele bate uma falta com perfeição e olha para a torcida com aquele ar de "me amem por que eu mereço".
Não concordo muito como esse patrulhamento que ele faz junto aos jornalistas ou com esse jeito arrogante, mas ainda assim não consigo odiá-lo.

Certamente eu ficaria muito mais tranquilo e satisfeito se ele fosse discreto, tranquilo e sorridente, mas provavelmente ele não inspiraria a mesma paixão e a mesma dedicação da torcida.
Acaba sendo um preço alto a pagar pela vitória e me sinto mal por isso, mas o que há de se fazer.
Como diz o povo, o que não tem remédio, remediado está. Pior do que torcer por um cara arrogante é torcer contra seu próprio time.
Me rendo e admito meus pecados.
Pode me castigar, todo poderoso Ceni.

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