sexta-feira, outubro 13, 2006

1982

Eu não estava lá e nem muito menos tinha idade para frequentar um estádio.
Ainda bem. Teria sido um baque para um moleque de 11 anos ter visto aquele italiano safado marcar três vezes contra o nosso gol.
Eu certamente teria muito mais dificuldade em aceitar a idéia de Deus se isso tivesse acontecido.
Onde já se viu o Grandão permitir que isso acontecesse com o melhor time do mundo?



Mas a coisa toda aconteceu e não sei até que ponto ele influenciou no resultado.
Se o que dizem da sua justiça é verdade, é bem provável que ele tenha simplesmente se sentado na arquibancada e se preparado para assistir a mais uma vitória dos amarelos, aquele time que fazia coisas que nem Ele conseguia fazer com a bola.



Como ele estava de fora, talvez alguém da Comissão Técnica do Céu tenha resolvido apimentar a coisa e tornado aquele jogo uma "causa impossível".
Até aí tudo bem. Brasileiro gosta mesmo é de sofrer, mas parece que esqueceram de combinar a brincadeira direito e o relógio continuou correndo até o fim.
E o fim sempre chega para os daqui de baixo.
Não adiantou Socratés e Falcão nos encherem de esperança.
Não adiantou Junior ciscar para lá e para cá em busca de uma forma de fuzilar o Zoff.
Não adiantou comemorar o gol naquela cabeçada que entrou, eu sei que ela entrou, mas o lazarento do juiz não quis apitar.
Talvez ele tenha apitado, mas a tal "impossibilidade divina" tenha feito o som se abafar e morrer antes de chegar aos nossos ouvidos desesperados.



E o tempo correu até o fim.
E no fim quem comemorou foram eles.
Não sei se houve represálias lá em cima ou se mesmo Ele ficou sem saber para onde correr.
O que sei é que doeu lá no fundo e isso não tinha nada a ver com fanatismo.
Era magia pura para um menino de onze anos de idade que nunca mais viu nada igual.

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