segunda-feira, dezembro 11, 2006

Zizou

Eu nunca consegui odiar Zizou e acho que isso me faz um bom perdedor.
Fico orgulhoso por conseguir admirar o homem que adiou o sonho do Penta em uma atuação memorável em pleno Stade de France.

Para ser bem sincero, eu não o admirava muito naquela época. Sabia que se tratava de um grande jogador, mas não tinha idéia da realidade. Eu simplesmente nunca o tinha visto jogar fora da Copa da França e isso limitava muito a minha opinião.
Tive que ver aquele massacre para me interessar em acompanhá-lo no Real Madrid, mas isso ainda demorou algum tempo.
Só fui render homenagens mesmo depois de 2000, quando mudei de emprego e passei a ter um chefe que era um merenge fanático, do tipo que sai mais cedo do trabalho para ver a final da Champions League contra o Bayern de Munique.

E é exatamente desse jogo a imagem mais impressionante relacionada ao marselhês de origem argelina: o petardo de primeira e de fora da área após um balão do Roberto Carlos que nem o sonho mais desvairado do Oliver Kahn poderia prever.
A bola veio alta, talvez alta demais para um chute direto, o que deve ter tranquilizado o goleiro e a defesa; ele parou perto da linha da grande área, armou o chute jogando a perna para trás e começou um movimento não muito rápido, que deve ter deixado o estádio inteiro sem respirar por segundos; a cena parecia estar em câmera lenta quando o pé dele acertou a bola e ela começou a viajar em direção ao gol; o Kahn deve ter dito uma meia-dúzia de impronunciáveis palavrões em alemão e correu para tentar evitar o gol, mas já era tarde, era tarde demais para evitar mais uma marca de Zizou na história do futebol; o gênio francês aprontava mais uma das suas e fazia o seu time campeão.

É dessa forma que me lembro de Zizou. Acho que deu para entender o que eu queria dizer, não é?

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