A boa fase do São Paulo me levou de volta aos estádios.
Aproveitei a oportunidade e resolvi rever o gramado do Morumbi e mostrar o Tricolor para a minha mineira, que adorou a experiência e já está dando os primeiros sinais de fanatismo futebolístico. Até birra do Corinthians ela já pegou!
Nesta minha volta, revi um fato que não me era desconhecido, mas que estava esquecido com meu afastamento e com as batalhas campais que vemos na TV antes, durante e após alguns jogos do esporte bretão: a torcida é formada por pessoas normais, iguais a eu e você, e não por marginais, serial killers ou terroristas da Al Qaeda.
Quer dizer, até existem alguns elementos que não honram muito a raça humana e que possuem ficha corrida mais longa do que a do Marcola, mas o que vi nas arquibancadas do Morumbi me faz acreditar que eles são uma minoria, que felizmente não tem nenhuma chance de tomar conta dos estádios ou de colocar em risco a vida dos demais.
Mas se o torcedor não é bandido, então quem ele é?
Um pai de família, por exemplo, que gosta de ver seu joguinho pela TV e aproveita um sábado de sol para levar o filho pequeno ao futebol, na sincera esperança de que ele, o filho, abrace por iniciativa própria aquilo que ele adoraria decretar por Medida Provisória: o amor ao time do coração dele, no caso, do pai.
Também vemos uma moçada, meninos e meninas, que estuda junta e resolve se distrair xingando algum juiz ou gritando gol a cada sucesso do time. Assim eles criam ainda mais intimidade com o grupo e crescem no processo.
Pessoas como eu e a minha mineira, casais jovens que não morrem pelo time, mas gostam da energia, também são cada vez mais numerosos nos estádios. Ainda bem.
Por falar em morrer pelo time, infelizmente também existem aqueles que se não são marginais, erram também ao exagerar na devoção e tornar o time a coisa mais importante da vida.
Uma vez o Professor me disse que isso é coisa de gente pobre e sem esperança, mas eu não concordei e não concordo. Se é para ser assim, melhor eliminar o futebol.
Por mais difícil e opressivo que seja, o futebol não pode ser a razão de viver da pessoa e não pode, por exemplo, substituir o leite que se deixa de comprar para o filho.
Dedicação sim, loucura, não.
E por falar em dedicação e devoção, não tenho como não me lembrar do Corinthians e da sua doente e fiel torcida.
Além de ser um fenômeno ao ter conseguido aumentar o número de torcedores, mesmo durante o jejum de 23 anos, a Fiel protagonizou um maravilhoso momento ao "invadir" o Maracanã durante a semi-final do Campeonato Brasileiro de 1976, contra o Fluminense.
Tudo bem que a torcida do Flamengo ajudou bastante, mas mesmo assim os corintianos foram em massa e ajudaram o Corinthians a ganhar o jogo.
É por tudo que eu curto tanto o futebol e fico tão triste quando as gangues resolvem frequentar os estádios e bagunçar o coreto.
Que eles sumam e que só fiquem os que querem torcer e se divertir.
Borrachada neles! Dá-lhe Choque!
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