quarta-feira, julho 26, 2006

Business

Tem uma questão que está me incomodando bastante nesta nova fase da Seleção: se o futebol como negócio está cada vez mais forte e atuante sobre times e seleções, até que ponto o Dunga vai conseguir escapar dos direcionamentos econômicos nas suas convocações?

Explicando melhor, com foco no próximo amistoso da Seleção contra a Noruega em Oslo:
Cena 1 - na Folha da última sexta saiu uma nota registrando as reclamações dos torcedores noruegueses sobre a cobrança de ingressos para assistir ao treino da Seleção; sei que isso lembra Copa, mas vamos esperar um pouquinho mais antes de jogar as devidas pedras; como essa cobrança nunca havia acontecido antes no país, ao menos não para um treino, as reclamações eram gerais e os comentários sobre a ganância dos brasileiros eram gerais;
Cena 2 - ontem li no Terra que o Dunga privilegiaria os jogadores que atuam no Brasil e pretendia mesclar esses jogadores àqueles com maior experiência internacional; na prática, isso significa renovação e aposentaria de alguns chavões que já não rendem mais como antigamente;
Cena 3 - na época em que era treinador da Seleção, o apreciador de manicures (entendam como quiserem) Vanderlei Luxemburgo sofreu uma série de críticas com relação aos critérios utilizados para as convocações; as críticas mais comuns diziam que ele só convocava jogadores que estavam em fase de negociação de contrato de forma a valorizá-los e aumentar o valor pago pelos clubes; obviamente, as críticas eram completadas com a afirmação de que o Luxa e outros chefes da CBF levavam a parte que lhes cabia no latifúndio, após a concretização da transação.



Dito isto, faço novamente a pergunta: o Dunga vai conseguir renovar a Seleção sem deixar que o jabaculê (1) o influencie?
A resposta fica para cada um.

(1) Jabaculê: também conhecido como jabá, caixinha, cervejinha, cafezinho ou mesmo suborno leve, é a quantia em dinheiro que uma pessoa recebe para divulgar ou favorecer determinado artista, jogador ou empresa; é coisa de colarinho branco mesmo.

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