segunda-feira, julho 10, 2006

E deu Itália

Em uma final brigada (literalmente) e disputada com qualidade como não se via há tempos, a Azzurra levou seu quarto título mundial e novamente está nos calcanhares do Brasil, como aconteceu em 82.
Tudo bem que naquela época nós éramos tri e deixamos de ser o país com mais títulos, mas acho que devemos tomar isso como lição e deixar de achar que o jogo está ganho antes de começar.

Acho que a França de Zizou foi melhor durante todo o segundo tempo e durante quase toda a prorrogação, mas isso não foi suficiente.
O goleiro Buffon poderia ter merecido o prêmio de melhor jogador da partida, tal foi a sua contribuição para o resultado. O Pirlo é bom e esteve indiretamente envolvido em todos os lances de perigo da Itália, mas o Buffon parou a França e levou a partida aos pênaltis onde um azarado Trezeguet deixou a geração de Zizou e Thuram como vices.

Voltando à luta da final, hoje de manhã escutei um comentário do Leandro Quesada na Rádio Bandeirantes FM e resolvi colocá-lo aqui, tal a minha concordância com aquelas palavras.
Segundo ele, o Brasil deve aprender com os erros desta Copa e renovar a Seleção com jogadores que consigam aprender a vencer e a perder. Para os jogadores deste catado que chamaram de Seleção, ganhar ou perder significava a mesma coisa e isso é inadmissível.
Assim como é esquisita a declaração do lateral Roberto Carlos dizendo que a culpa pelo gol não é dele, que ficou com as mãos nos joelhos enquanto Henry fuzilava o Dida, mas sim do próprio goleiro e dos companheiros da defesa, que teriam combinado de fazer linha de impedimento e com isso anular o ataque francês.
Apesar de meio inapropriada, a declaração não é de todo absurda, já que dos oitos jogadores brasileiros que estavam no lance, cinco, incluindo o Roberto Carlos, ficaram parados em cima da linha da grande área enquanto os franceses se mexiam.

Para mim, o grande lance de tristeza da final foi a expulsão do genial Zizou. Ele esteve estranho durante toda a partida e a cobrança de pênalti a la Djalminha é prova disso.
A provocação do Matterazzi deve ter sido absurda para que um jogador normalmente calmo como ele tenha reagido daquela maneira, mas ele tinha que engolir em seco e mostra para o zagueiro italiano (um grande beque de fazenda, na minha opinião) que a categoria do marselhês era superior a tudo.
Pode ter sido mesmo uma ofensa grave à querida irmã do francês, mas ele podia ter se mantido em campo para inventar alguma genialidade definitiva ou mesmo participar da decisão por pênaltis.

Não é preciso ser francês para ter certeza da genialidade dele e graças à Comissão Técnica do Céu, Zizou, o melhor jogador dos últimos 20 anos, foi premiado com o vice-campeonato e com o prêmio de melhor jogador da Copa.
Au revoir, Zizou, nós, os apreciadores do futebol bem jogado, sentiremos a sua falta.

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