Pelo amigo Gérson Caner
A convocação da nova seleção brasileira só é menos surpreendente do que foi o anúncio do próprio técnico uma semana antes.
Dunga brilhou no meio-campo da seleção brasileira mais até do que nos clubes onde passou. Sempre defendi seu futebol raçudo e também de qualidade no meio-campo. Raras vezes se via um passe errado de Dunga. O considero um dos principais responsáveis pelas vitoriosas campanhas de 94 e 98, quando chegamos à final da Copa.
A ousadia da CBF é digna de nota. Depois da mal-sucedida experiência com Falcão, acreditava que dificilmente experiências como essa se repetiriam. Pesou o "efeito Klinsmann" e sinceramente torço para que Dunga e Jorginho - esse já com uma pequena experiência como técnico - tenham sucesso na seleção brasileira.
Agora, o que esperar de jogadores como Marcelo, Moraes, Jonatas, Dudu Cearense e Wagner com a camiseta amarela?
E, talvez o mais curioso, o que esperarmos de Lucio, Juan, Gilberto, Gilberto Silva, Robinho e Fred, que acabam de viver a mais traumática experiência de suas carreiras?
Pois é, Dunga escolheu o meio do caminho. Poderia ter optado por uma revolução completa, mas preferiu mesclar o time. Foi ao mesmo tempo, ousado e conservador. Foi rebelde e político. Qualquer semelhança com seu futebol dentro de campo, de raça mas extrema aplicação tática não é mera coincidência.
Só espero que não seja o balão de ensaio de um novo Parreira.
Que este último seja feliz na Africa do Sul e que o raçudo volante de Ijuí seja mais rebelde do que político. É o que espera o futebol brasileiro.
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