quinta-feira, agosto 03, 2006

Vamos ao Beira Rio

Foi uma noite épica e o resultado do jogo não é o único responsável por isso.
Tudo esteve no seu lugar, da torcida apaixonada ao chope tomado ao lado da minha mineira e do X. Meu bar predileto, minha companheira, um grande amigo e o Tricolor em noite de garra e vitória.



Mas tudo poderia ter sido diferente e hoje eu poderia estar lamentando um resultado negativo e sonhando com uma nova chance no ano que vem. Sim, por que esse seria o único motivo de lamentação já que, conforme já era previsto, o time brigou como nunca e certamente teria saído aplaudido de campo em caso de derrota.
Eu e o resto da nação tricolor estaríamos com o coração apertado, mas com a certeza de que não faltou vontade, entrega e, algo que é cada vez mais raro nos gramados de hoje, amor à camisa.

É isso mesmo! Os jogadores do São Paulo amam a camisa que vestem e não é preciso ter nascido no Morumbi para ser assim.
Nenhum dos grandes símbolos do time veio das categorias de base, mas eles certamente amam jogar nesse time e fariam qualquer coisa por ele.
Ou alguém duvida que o sangue de Lugano e Rogério Ceni tenha mais duas cores além do vermelho?

Mas vamos ao jogo.
Mesmo quase de partida, Ricardo Oliveira foi um centroavante sensacional, brigando com a defesa inteira e jamais bancando o cone e esperando a bola chegar para chutar.
Foram duas brigas dele com a zaga que originaram os dois primeiros gols e o terceiro, o seu, foi uma recompensa pelos bons serviços.
Será uma pena perdê-lo, mas assim é o econo-futebol.
Só nos resta torcer para que ele possa jogar a final e seguir mostrando uma vontade que não se encaixa muito nessa época de super-astros.



E o Rogério Ceni?
O que dizer desse cara que é acusado (com razão) de ser arrogante pelos adversários, mas que vibra como menino a cada vitória do time?
Por mais absurdo que seja amar um time de futebol, como não se apaixonar pela sua dedicação?
E como não achar que o mundo está ao alcance da mão quando ele faz uma defesa impossível com os pés e pega um pênalti quando o time mais precisa?
Talvez essa seja a principal razão para o apreço pelo goleiro-artilheiro: ele sempre está lá quando o time precisa e, mesmo errando, está sempre dando a entender que é tudo pela torcida!



Primeira conclusão: mesmo inferiorizado no início do primeiro tempo, o time tem de onde tirar a garra e a motivação necessárias para reverter problemas e brindar a torcida com um show de beleza. 3 a 0 foi lindo!

Segunda conclusão: acho exagero comparar Ceni a Telê, mas ele certamente já deixou a sua marca no time e é o grande símbolo dos últimos 10 anos do time. Telê era mestre (Deus o tenha) e agora deve estar treinando um time "mais ou menos" com Garrincha se recusando a treinar e ainda dando espetáculo. Ceni é ídolo e isso basta.

E agora o Inter! Hoje sou colorado desde adolescente, por que dizer que isso vem da infância seria exagerado demais até para este apaixonado por futebol.
Sim, por que eu quero ver o Tricolor campeão no Beira Rio!
E o fogo só vai estar no coração e na garganta!

Salve o Tricolor Paulista!

Fotos: Terra

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