quinta-feira, agosto 10, 2006

Missão impossível

Tudo esteve fora do lugar ontem: eu não estava no meu boteco preferido, não bebi chope, minha mineira não estava ao meu lado e o São Paulo perdeu o primeiro jogo da final. Com tantas coisas desrespeitando os rituais, só poderia ter dado tragédia.
Mas por pior que tenha sido, seguindo a suprema sabedoria de Murphy, poderia ter sido muito pior. Poderíamos ter perdido por três gols de diferença e aí a vaca já teria ido definitivamente para o brejo.
Do jeito que está, ela apenas afundou as patas dianteiras, mas tem um bando de gaúchos lazarentos que a estão empurrando para garantir a festa lá no Sul.


A briga


Eu senti a desgraça acontecendo quando o Mineiro se machucou (e não conseguiu render o tradicional) e o Josué foi expulso daquela maneira irresponsável e prematura. Já discuti com algumas pessoas aqui no trabalho e não tenho como concordar com elas de que pode ter sido acidental.
Ele jogou o cotovelo na nuca do Sobis (que fez teatro) e a expulsão foi justa.
Aliás, tenho que admitir que o árbitro esteve bem ontem. Apesar dos tradicionais erros de impedimento, ele foi bem e manteve o jogo de ontem sob controle, apesar da complicação e da guerra de nervos que rolou.
Ele foi especialmente feliz quando expulsou o volante Fabinho após um escandaloso tapa (ou soco?) na orelha do Souza após uma disputa normal de bola.
Demorou, mas expulsou e a gauchada ficou lá enchendo a paciência do quarto árbitro.
Não sei se a denúncia da agressão veio desse quarto árbitro (a exemplo do que houve na final da Copa), mas o certo é que a expulsão foi mais do que justa.
Sem seus dois volantes jogando o que sabem, o São Paulo foi uma sombra do time de antes e o Inter se aproveitou e dominou o jogo.


O gol que quase nos matou


Somente quando o Inter ficou com 10 é que as coisas se reequilibraram, mas aí veio o segundo tempo e o gol do Sobis que literalmente matou o Tricolor.
O time ficou um bom tempo catatônico e o inevitável segundo gol parecia que liquidaria a fatura.
Mas aí a torcida intensificou o apoio e a raça do time surgiu de novo.
Não havia muita organização, mas (quase) todos em campo deram o sangue e o prêmio foi o gol "espírita" do Ed Carlos. Nunca mais ele acerta uma cabeçada daquelas.
O quase da frase anterior tem nome: Danilo novamente esteve sumido e isso fez com que o time sempre jogasse com um a menos.
Não vejo outra saída a não ser tirá-lo e esperar que o Lenílson dê conta do recado, apesar das firulas.
E sem Danilo, Josué e Mineiro, as jogadas do time passaram a ter a cara do Corinthians clássico: raça pura, mas pouca organização.


O homem que nos manteve vivos


Outro ponto importante ligado à expulsão do Josué: sem um volante, o time ficou meio desconjuntado e com um buraco na frente dos zagueiros.
Não tenho conhecimento como para dizer que o Muricy errou, mas fiquei com a impressão que faltou alguma coisa no meio.


O clima do jogo no Beira Rio


Resta agora a missão impossível no Beira Rio: ganhar de um gol de diferença e se virar nos pênaltis ou ganhar de dois e comemorar o tetra.
Infelizmente hoje estou com pouca esperança, mesmo depois de ver as declarações do Rogério Ceni no Lance, mas isso deve mudar até a semana que vem.
A esperança de acabar com a "freguesia" do São Paulo vai ressurgir. A presença do Ricardo Oliveira ajuda bastante.
E se não der, que fique a imagem da torcida aplaudindo um time que não se entregou, apesar de tudo.


A esperança


É com vocês, Comissão Técnica do Céu!

Fotos: Terra

Nenhum comentário: